É o quinto dia útil, você aguarda ansiosamente pela notificação do aplicativo do banco, até que finalmente seu celular vibra, você olha para a tela, e a alegria toma conta de seu sistema central. Seu salário finalmente está em sua posse, mas essa sensação é passageira em muitos casos.
Primeiro pagamos o aluguel e contas essenciais, em seguida migramos para o cartão de crédito, que na maior parte do tempo nos faz arrepender de tê-lo usado tantas vezes e antes do mês acabar, já estamos desejando o próximo salário e planejando como gastá-lo. Assim passamos a maior parte do mês, aguardando receber o dinheiro das férias ou décimo terceiro, para colocar a casa em ordem.

O fim do ano se aproxima e o próximo ano nos parece promissor, podemos recomeçar, iniciar algo novo, decidimos que mudaremos nossas vidas nesse novo ano, mas em Maio nos pegamos no mesmo ciclo novamente, eu sei, as coisas estão difíceis e decidimos adiar nossos planos. Até esquecê-los por completo.
Em meio a frustração de ver o dinheiro escoar por entre nossos dedos nos deparamos com pessoas em nossas redes sociais, que parecem ter uma impressora de dinheiro, parecem viver em outra realidade e nitidamente percebemos que o aumento significativo da conta de energia, não está entre as principais preocupações da vida dessa pessoa.
Raiva, inveja ou aquela sensação de injustiça? Afinal, algumas pessoas trabalham em cargas horárias infinitamente menores, com jornadas de trabalho flexíveis e recebem exponencialmente mais dinheiro do que o restante da população. Se você ficar comigo até o final prometo que vamos encontrar a raiz do problema e mais, vamos buscar soluções para resolvê-lo.

Toda a facilidade do processo de industrialização e processos de tecnologia, trouxe muita praticidade para nossas vidas, hoje conseguimos pedir uma pizza, sem sair de casa, ou comprar um produto na China e recebê-lo em casa com frete grátis. Mas essa praticidade, mascarou de certo modo o real valor das coisas e até mesmo o real motivo das relações comerciais de interesse mútuo, e precisamos entendê-las para entender como podemos aumentar nossos ganhos.
Em resumo, uma relação comercial mútua, é quando o comprador define que o bem que ele busca vale mais do que a quantia de dinheiro que ele está dispondo na troca. Por sua vez, o vendedor julga que para ele o dinheiro é mais valioso do que o bem.
A partir dessa informação, somos contratados para uma empresa, em regra, pois o problema que vamos resolver para essa empresa, vale mais do que o valor que a empresa está dispondo ao nos contratar (existem outros modelos de negócio, mas isso será assunto para outro dia).
Por exemplo, se recebermos o valor de 2 salários mínimos, a empresa paga mais 1 salário em impostos, ou seja, pode-se presumir que o problema que resolvemos para a empresa, vale mais do que 3 salários mínimos. Sabendo dessa informação podemos então tomar duas medidas que podem nos fazer receber mais dinheiro.
A primeira, suponhamos que nosso trabalho hipotético seja como cortador de peças de tecido, para moldar camiseta, e que cortamos 50 camisetas por hora, totalizando 400 camisetas em nossa jornada de trabalho. Podemos aumentar o número de horas trabalhadas (hora extra), ou podemos aumentar nossa produtividade e tentar negociar com nossos chefes um aumento, devido a nossa eficiência.
Como você deve imaginar, existem alguns problemas básicos e fundamentais nessa solução, a primeira delas é que o número de horas que podemos trabalhar e de produtividade que podemos aumentar, é um número escasso, não conseguiremos dobrar a produção por hora, nem mesmo trabalhar mais do que 18h por dia. Mas é uma solução de curto prazo, que pode te auxiliar a realizar pequenos objetivos. Mas acredito que você, assim como eu, preferirá a segunda forma de aumentar os ganhos, então vamos para ela.

Se em regra, somos pagos pelo problema que resolvemos, temos duas opções para aumentarmos nossos ganhos:
1- podemos aumentar exponencialmente a quantidade de problemas que vamos resolver, como fez a Havaianas, por exemplo com sandálias de uso geral e como faz diversas empresas como Bombril, Ypê, companhias telefônicas e empresas de energia elétrica, por exemplo.
Todas essas empresas resolvem problemas de várias pessoas, com uma margem de lucro enxuta, mas ganham no volume, afinal possuem uma lista vasta de clientes.
2- Podemos resolver problemas mais caros, pense por exemplo em profissionais como engenheiros agrônomos, que muitas vezes resolvem problemas de milhões de reais para fazendeiros, por sua vez, sua remuneração é condizente com o tamanho do problema que soluciona.
Resolver problemas mais caros permite a você uma vida mais digna, com menos horas trabalhadas, mais qualidade de vida e claro maiores remunerações. E você deve estar se perguntando por onde começar.

O primeiro passo é ter uma especificação, seja como funcionário, ou como trabalhador liberal. Caso você esteja em uma empresa cuja margem de crescimento é praticamente nula, como nossa propositalmente hipotética fabrica de camisetas. Busque aprender uma nova profissão, existem cursos gratuitos inclusive no SENAI de eletricista, mecânico, etc. Mesmo que você não deseje trabalhar toda a vida em uma dessas áreas, já são profissões cujo problemas resolvidos podem custar muito caro, e você poderá migrar para uma área de sua preferência no futuro.
O segundo passo, já com sua profissão em mãos, busque a infungibilidade, se você nunca ouviu falar sobre essa palavra feia, é uma caracterização de bem ou serviço disposta em nosso código civil. Fungibilidade é quanto a substituição daquele produto ou serviço. Algo infungível é algo que não poderá ser trocado ou substituído, pois afetaria o desempenho ou a qualidade da relação comercial. Imagine por exemplo que você comprou uma coleção completa e autografada de seu ídolo, mas quando recebeu, não havia o autógrafo. Essa coleção deixa de perder o real valor que tinha, pois o que tornava ela tão especial é justamente a particularidade da assinatura.
Ser um profissional que é visto como a única opção possível aos olhos de nossos clientes para resolver seu problema é praticamente um alvará de que podemos finalmente aumentar o valor de nossa hora trabalhada.
São esses fatores que impactam diretamente no ganho principalmente de profissionais liberais, por esses motivos que vemos uma enorme disparidade em algumas áreas, como pedreiros por exemplo, que enquanto alguns trabalham até não conseguirem mais e mal conseguem sustentar a família. Outros mandam o filho para Disney quase anualmente, cobram mais de R$250,00 por dia e temos que aguardar sua longa fila de espera para conseguirmos ser atendidos. E muitas vezes aguardamos, pois desejamos o melhor.
Espero que os exemplos citados aqui, sirvam de reflexão para você e que tragam uma faísca que motive você a buscar novos horizontes e tragam inspirações.
Até a próxima.